domingo, 12 de julho de 2009

João José da Costa







Nasceu no dia 23 de Janeiro de 1818 e morreu, na sua Quinta dos Condados, em 27 de Março de 1893.
“Dotara-o a natureza de uma tal energia de carácter, que todas as suas obras recebiam a impressão característica daquela actividade nunca saciada. Na administração dos fartos bens que granjeou; na política, em que por vezes entrou com a fogosidade só própria dos vinte anos; nas gerências municipais, onde a sua presidência ficava sempre assinalada em obras de vulto e de primeira necessidade; no exercício do cargo de provedor, na Santa Casa da Misericórdia, em que as suas administrações eram modelo de economia bem entendida, de aperfeiçoamento e melhoramento; como procurador à Junta Geral, que não o houve mais zeloso nem mais escrupuloso… em todos os actos da sua larga e acidentada vida, quer pública quer particular, em todos eles imprimiu o cunho de uma vontade tenaz, regulada e inteiramente submetida à linha de conduta que lhe marcava um cérebro que não desferrava facilmente da ideia que elaborara”.
Foi major comandante do batalhão nacional da Figueira em 1846, batendo-se pelo constitucionalismo; Provedor da Santa Casa da Misericórdia, de 1859 a 1861, tendo sido nomeado Sócio Honorário, e foi ele quem escreveu o regulamento interno do Hospital; Presidente da Câmara Municipal, nos períodos de 1862/1863 e 1864/1865; Procurador à Junta Geral do Distrito. Durante alguns anos, na primeira metade da década de 1880/1890, foi presidente da Junta de Paróquia de Tavarede, onde deixou assinalada obra, sendo muitos os melhoramentos que mandou fazer à custa do seu bolso.
Também foi sócio fundador da Assembleia Figueirense e, benemérito da cultura popular, foi o principal impulsionador para a fundação da Filarmónica Figueirense, no ano de 1842, tendo ainda feito parte de uma Comissão Promotora da Instrução Primária, na Figueira da Foz, e presidente da Associação Comercial.
Sabendo o grande gosto que as gentes de Tavarede tinham pelo teatro e conhecedor “das péssimas condições em que os amadores davam as suas récitas na desmantelada casa do Terreiro”, que lhe pertencia, “transformou o prédio num, para o tempo, excelente teatro. Por certo não haveria melhor em terras pequenas como a nossa”, escreveu Mestre José Ribeiro.
Foi, também, o ensaiador do grupo cénico que representou no novo teatro.
“… para estas amadoras mandou João José da Costa fazer os vestidos e o calçado, como já fizera com todo o guarda-roupa do “Rei Ló-Ló”, e tudo era pago do seu bolso, todas as despesas com a montagem e representação das peças corriam de sua conta, porque os espectáculos eram inteiramente gratuitos”. “… homem ilustre, verdadeiro benemérito, patriota no melhor sentido da palavra. Na história de Tavarede do século passado (dezanove) nenhuma outra figura se lhe avantaja”, escreveu José Ribeiro.
João José da Costa havia casado, no ano de 1855, com Emília Duarte, filha de Tomás José Duarte, edificador do palacete da Quinta dos Condados. Não tiveram descendentes.
A sua memória está perpetuada em Tavarede, pois foi atribuído o seu nome à rua que vai da sua antiga Casa do Terreiro, hoje sede da Sociedade de Instrução Tavaredense, até à sua Quinta dos Condados. O seu retrato está exposto no salão nobre desta colectividade.

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