terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Grupo Musical e de Instrução Tavaredense - 8

A 2 de Fevereiro as festividades à Senhora da Boa Viagem, na pitoresca Serra do mesmo nome, foram abrilhantadas pela tuna do Grupo. Mas sobre a representação acima mencionada, da peça 'Um erro judicial', aqui deixo uma ligeira crítica entretanto publicada:

“Com uma enchente colossal, realizou-se no sabbado preterito o annunciado espectaculo do Grupo Musical, d’esta localidade, representando-se Um erro judicial, drama em 3 actos, e a comedia Os Gagos.
No drama destacaram-se pelos seus trabalhos verdadeiramente artisticos os amadores Medina Junior, Faustino Ferreira, Zé Medina e a menina Emilia Pedrosa, que receberam fartos applausos.
Nos Gagos, áparte algumas incorrecções que a dicção infeliz da peça justificou, ha a salientar o novel amador Adriano Augusto da Silva, que gagamente desempenhou o papel de creado lôrpa, e Medinas (irmãos) que sustentaram em franca gargalhada a plateia... e a geral.
No final houve chamadas aos amadores, retombando quentes e vibrantes salvas de palmas”.

No dia 19 de Abril houve novas estreias. O espectáculo apresentado constava do comovente drama “A hora do suplício” e a hilariante comédia “O gabinete do sr. Regedor”. Somente aqui deixo um pequeno apontamento sobre um espectáculo realizado no Parque-Cine, na Figueira, pela companhia do actor Manuel Monteiro, com o drama “Amanhã” e a opereta “Os granadeiros de Valência”, em que colaboraram, graciosamente e como convidados, os amadores do Grupo José Medina e António Medina Júnior.

Pouco tempo depois, uma orquestra formada por elementos da tuna, foi a Vila Verde colaborar numa festa e no dia 1 de Dezembro, grupo cénico e tuna deslocaram-se a Taveiro. Foi ali apresentado o drama “Um erro judicial” e uma comédia, tendo a tuna feito um concerto que agradou a toda a vasta assistência, bem como a representação.

Em 1920 foi estreado um drama “Escravos e Senhores” e uma comédia “Um Hotel Modelo” e a 12 de Dezembro, levaram à cena o drama social “Gaspar, o serralheiro” que “como de costume, causou grande sensação, pois que está habilmente ensaiado por uma criatura de largos conhecimentos na arte de Talma”. Tratava-se, como já referi, de Vicente Ferreira.

Nos anos de 1921 e 1922 encontrei notícias de mais dois dramas, “O segredo do pescador” e “Escravatura branca” e de uma comédia “Alugam-se quartos a banhistas”, esta interpretada por um grupo de crianças.

No domingo de Páscoa de 1922, a tuna foi de visita à Figueira, em viagem de cumprimentos, sendo seu regente Manuel Martins. E no ano seguinte, 1923, houve uma nova deslocação as tuna, ao Alqueidão, agora sob a regência do tavaredense José Nunes Medina.


Visitaram a sede do Grupo, neste ano, as tunas da Sociedade Recreativa Alqueidonense e do Grémio Instrução e Recreio Vilaverdense. E, por agora, só mais uma breve nota para assinalar as estreias, em Fevereiro de 1924, das comédias “Um noivo de Alcanhões”, “Com medo da revolta” e “O casamento do cabo de ordens”.

Quero referir que os espectáculos acima mencionados, de forma alguma esgotaram a actividade do grupo cénico e da tuna do Grupo Musical durante aqueles anos, mas não encontrei notícias de novas peças e não vale a pena falar nas reposições entretanto efectuadas.

Fotos - 1 - António Francisco da Silva e António Medina, duas dedicações ao Grupo Musical, como dirigentes, especialmente; 2 - D. Maria Esteves, da Quinta do Peso, grande amiga e benemérita da colectividade.




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