sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Maria de Carvalho

Natural de Almalaguês, onde nasceu no dia 1 de Abril de 1908, veio muito novo viver para a Vila do Robim, de que seu pai havia sido um dos compradores. Era filho de Ângelo de Carvalho e de Rosa Henrique de Oliveira.
Feita a instrução primária, logo se iniciou nas artes gráficas, aprendendo o ofício de tipógrafo. Integrou-se, também, no meio associativo local, com o maior entusiasmo. Foi dedicado amador teatral e director do Grupo Musical e de Instrução Tavaredense, até à extinção da sua secção dramática no ano de 1931, passando a fazer parte, nas mesmas actividades, no Grémio Educativo e de Instrução Tavaredense, que foi fundado em 1932, por iniciativa do pároco local, José Martins da Cruz Dinis, de quem foi grande amigo.
Durante muitos anos foi o correspondente local do jornal “O Figueirense”. Foi, também, presidente da Junta de Freguesia de Tavarede.
Foi sócio gerente da Escola Gráfica Figueirense e fundador do jornal “A Voz da Figueira”, cujo primeiro número saiu no dia 1 de Janeiro de 1953.
Casou com Maria Evangelina Lopes Migueis, (que faleceu no dia 4 de Fevereiro de 1951, com 42 anos de idade), tendo tido três filhos: Maria de Lourdes, Carlos Alberto e Maria Celeste. Enviuvando, casou, em segundas núpcias, com Carmina Tondela dos Reis Carvalho, (falecida em 13 de Fevereiro de 1983, com a idade de 69 anos) não havendo descendentes desta união.
Tinha 78 anos de idade, quando faleceu no dia 4 de Maio de 1986.

José Maria de Carvalho com a esposa, Carmina Tondela dos Reis Carvalho


“Era um homem ainda não acabado, mas ciente de que o fim estava próximo. Várias vezes afirmava isso mesmo: - ‘Para o ano já cá não estarei. Sinto-me cansado, mesmo muito cansado!’. Mas dizia isto trabalhando na sua tipografia, compondo e executando os diversos afazeres do dia a dia. No dia seguinte, lá estava às nove horas, para a abertura da sua oficina, que é também a redacção do jornal. … ou até mais tarde, a cavaquear em ambiente de lanche, sem restrições, a consolar um amigo, a preocupar-se com qualquer situação adversa, dando indicações e conselhos úteis, fruto da sua experiência e sabedoria geral”.
Por ocasião das “Bodas de Prata” do seu jornal, em Janeiro de 1978, reuniu, em confraternização, todos os seus colaboradores. Pronunciou, então, um comovente e apaixonado discurso de que destacamos:
“… Estamos em festa. Dou-vos as boas vindas e agradeço, do fundo do meu coração, a vossa presença neste acto (.....). O apoio humano torna possível a realização de grandes obras, a sua projecção, a sua continuidade; e o calor e a amizade da vossa presença neste acto é, só por si, sinónimo de que devemos continuar: “No Mundo por Portugal, e em Portugal pela Figueira”.
Bem hajam.
Há 25 anos que “A Voz da Figueira” é a voz firme desta linda, encantadora e muito querida cidade da Figueira da Foz. Servimo-la com toda a dedicação na defesa dos seus legítimos interesses e na expansão e engrandecimento das suas inigualáveis belezas de cidade praia-mar-serra. Só por isso – e não só – todos, mas todos, sabem que “A Voz da Figueira” tem cumprido com independência e dignidade, o seu dever de jornal figueirense e é verdade – é imperioso que se diga – que bons e leais timoneiros ela encontrou ao longo destes 25 anos vividos!”.

Caderno: Tavaredenses com História

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