terça-feira, 6 de julho de 2010

António de Oliveira Cordeiro



Natural de Tavarede, filho de João de Oliveira e de Guilhermina Rodrigues Cordeiro, nasceu no dia 23 de Maio de 1908.
Depois de fazer a instrução primária em Tavarede, frequentou o curso comercial da Escola Industrial e Comercial da Figueira da Foz.
Habilitado com o curso de violino, tendo por mestre o conhecido compositor Manuel Dias Soares. Foi elemento activo e ensaiador da tuna do Grupo Musical e de Instrução Tavaredense, colectividade onde, durante largos anos, exerceu as funções de professor de música, além de director e de amador dramático. Fez parte de um quinteto musical, composto pelos melhores executantes da tuna do Grupo Musical que, além de abrilhantar as festas da colectividade, acompanhava cerimónias religiosas em Tavarede e noutras localidades. Participou na orquestra do Parque-Cine, que acompanhava a projecção dos filmes, ao tempo mudos. Também colaborou com a Filarmónica Figueirense, regendo a banda, dirigiu a orquestra do Rancho Flores de Portugal, para o qual orquestrou parte do reportório, fazendo parte ainda do conjunto musical que, durante a época balnear, actuava no Casino Oceano, na Figueira da Foz.
Em 1934, foi homenageado pelo Grémio Educativo e de Instrução Tavaredense, ao qual passara a dar a sua colaboração depois da mudança do Grupo Musical para o Paço, tendo sido descerrado o seu retrato. Por esse tempo, era director e músico do “Jazz – Figueira – Orquestra”, que organizara.
Durante algum tempo actuou em conjuntos musicais que abrilhantavam as viagens de diversos paquetes portugueses, nas viagens para o Brasil, Angola e Moçambique.

Iniciou a sua profissão de funcionário público na Câmara Municipal da Figueira. Em 1941, tendo prestado provas de concurso para o Ministério do Interior, no qual ficou classificado nos primeiros lugares, foi colocado na Câmara de Paredes do Coura, onde exerceu as funções de chefe da secretaria. Passou, depois, pelas Câmaras de Condeixa, Azambuja e Oeiras.
Em 1964, “por motivo da nomeação para o honroso cargo de chefe de secção do quadro da Direcção-Geral da Administração Política e Civil do Ministério do Interior, o pessoal da Câmara Municipal de Oeiras e dos Serviços Municipalizados, Repartição de Finanças e Conservatórias dos Registos Civil e Predial daquele concelho, prestaram-lhe significativa homenagem”.
Reformou-se aos 68 anos de idade, após 40 anos de serviço, com a categoria de Técnico de 1ª. Classe.
Em 1938, correspondendo ao pedido que lhe foi dirigido pela Junta de Freguesia de Tavarede, compôs a música para a marcha que representou a terra do limonete no Cortejo Folclórico da Figueira. A letra era da autoria de sua mulher, Armandina Pinto Cordeiro, de quem enviuvou poucos anos depois. Voltou a casar mais tarde com Domicilia da Silva Cordeiro. Teve um filho de cada matrimónio, João José e António José, respectivamente.
Aqui deixamos a letra desta marcha, que ele mesmo enviou ao jornal “A Voz da Figueira” em Julho de 1998: (de notar que, certamente por lapso dele, não enviou os versos todos)

Tavarede tão airosa,
Foi berço de fidalguia,
Do concelho a mais formosa
Que nos mostra a luz do dia.

No mister da agricultura
Se emprega com grande afã
Muita santa criatura
Ganhando o pão d'amanhã.

Ali se cultiva a vinha,
Couve, feijão e batata,
A uva lá é rainha
De tanta fruta barata

Seus teatros têm fama,
Sua tuna fama tem,
E em ranchos leva a palma
A qualquer terra também.
Faleceu em Lisboa, com 94 anos de idade, no dia 6 de Setembro de 2002.
Caderno: Tavaredenses com história

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