domingo, 25 de julho de 2010

António Vitor Nunes Guerra


Nasceu na Figueira a 20 de Novembro de 1902 e morreu no dia 15 de Agosto de 1977.
Frequentou o Seminário de Coimbra não tendo chegado a ordenar-se.
Foi um dos fundadores do Colégio Academia Figueirense, onde leccionou as disciplinas de Português, Latim, Geografia e Ciências Naturais. No Seminário da Imaculada Conceição, da Figueira, também foi professor nas aulas de Latim, Francês e Ciências. Foi, ainda, professor na Escola Preparatória Dr. João de Barros.
Dedicou enorme actividade ao Museu Dr. Santos Rocha, de que foi director desde Agosto de 1938 e exerceu as mesmas funções na Biblioteca Pública Municipal, desde Janeiro de 1948 até ao ano de 1972, em que se aposentou.
Desempenhou diversos cargos públicos e colaborou com diversos jornais locais, exercendo, em determinado período, o lugar de director de “A Voz da Figueira”.
Casou, em Dezembro de 1923, com Angelina Flor Lopes, natural de Tavarede, filha dos tavaredenses José Lopes Moço e de Angélica Flor Lopes.
Na nossa terra, desempenhou importante actividade no Grupo Musical e de Instrução Tavaredense, onde foi titular de diversos cargos nos órgãos sociais, nomeadamente de presidente da Direcção e da Assembleia Geral e professor na sua escola nocturna. Também pertenceu aos corpos sociais dos Bombeiros Voluntários da Figueira.
Dotado de boa voz de tenor, fez parte do grupo coral daquela colectividade que abrilhantava as missas solenes em diversas igrejas do concelho. “… missa solene, cantando ao coro um grupo de rapazes daqui, que a poder de muito trabalho e de uma forte dedicação, tendo à frente António Vítor Guerra, o ano passado se fez ouvir, pela primeira vez, com muito agrado”.
Também prestou valiosa colaboração à Sociedade de Instrução Tavaredense na montagem de diversas peças e a pedido de José Ribeiro, de quem era grande amigo.


Caderno: Tavaredenses com História


Nota do seu casamento, publicada no jornal '= Figueirense', em 13/12/1923


No sábado da ultima semana, dia Io de dezembro, teve lugar o casamento auspicioso do meu querido amigo António Victor Guerra, guarda-livros muito competente, com a simpática tavaredense menina Angelina Flor Lopes, dilecta filha do sr. José Lopes Moço, ferroviário, e da srª Angélica Flor Lopes.
Após a ceremonia civil, que teve lugar em casa da noiva, realisou-se a religiosa, em que foi celebrante o reverendo sr. Manuel Vicente, depois do que os noivos foram muito cumprimentados por grande numero de pessoas que se encontravam no templo.
Paraninfaram o acto: por parte da noiva, seus tios, srs. João dos Santos Davim e esposa D. Maria da Ascenção Davim; e por parte do noivo, o sr. Joaquim Mendes da Costa, respeitável e honrado industrial, dessa cidade, e a srª D. Belmira Flor Ferreira, tia da noiva.
Ao grande numero de convidados foi oferecido um lauto banquete, no decorrer do qual se notou que havia muita animação e bem-estar.
Ao toast, em que não faltou a champagne, foram levantados efusivos brindes pelas felicidades e venturas dos noivos, que delas são bem merecedores, graças às excelentes qualidades de caracter com que a natureza os dotou.
O noivo agradeceu, de uma forma fácil e fluente, aos amigos que em palavras tão repassadas de sinceridade lhe apeteciam um futuro perene e venturoso, retirando mais tarde, com sua noiva, para a Figueira, onde fixaram residência.
À noite, porem, e antes da sua retirada, houve concerto musical por um improvisado terceto - violino, flauta e violão -, executados por convivas, entre eles o meu particular amigo sr. P.e Vicente, que mais uma vez se mostrou um fixe dos fixes.
Quando o terceto entendeu que eram horas de se auzentar, porque o adeantado da hora já não estava para pandegas, pôz ponto final no concerto, momento esse que foi para alguém a melhor peça da noite, pois que se sentia mal disposto e com o corpo a pedir cama...Mais uma vez apeteço aos simpáticos nubentes muitas venturas e prosperidades na nova vida que acabam de encetar, pois que são delas bem dignos e merecedores.

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