terça-feira, 6 de julho de 2010

Grupo Musical e de Instrução Tavaredense - 27


Na acta da reunião da Direcção de 3 de Junho de 1936, refere-se “foi deliberado que, a exemplo dos anos anteriores, se realizem festejos populares por ocasião do S. João, e que as mesmas se realizem no terreno do vizinho sr. Manuel Lopes Moço, desde que o mesmo seja cedido, o que é de prever, visto que no-lo ofereceu por diversas vezes”. Este terreno, situado no lado oposto da estrada para os Quatro Caminhos, foi, anos depois, adquirido pelo sr. José Duarte, que igualmente o cedeu diversas vezes para a realização destes festejos.
Como ligeiro comentário, transcrevemos mais o seguinte apontamento sobre estas festas de arraial. “o saldo das festas populares foi de 233$20. O saldo não foi maior, porque se fez grande despesa com compra de vário material, como solho para o coreto, bandeiras, etc., o que representa, ipso facto, receita. Mais foi informada (a Direcção), que o bufete improvisado, que funcionou no local dos festejos, teve de lucro o suficiente para fazer face a toda a despesa feita com a alimentação dos executantes da tuna, que foi uma verba importante”.
No ano seguinte houve um contratempo com a realização destas festas populares. “O presidente da Direcção informou que, em dia que lhe não ocorre, assistiu a uma conversa entre a esposa do sr. Manuel Lopes Moço e um vogal da Direcção, em que aquela deu a perceber que não poderíamos contar com o seu terreno, que nos foi cedido no ano findo, por se tratar do período da maturação das uvas e demais fruta. Assim, e dada a impossibilidade de se realizarem os referidos festejos naquele lugar, devem os mesmos ser levados a efeito no Largo do Paço, depois de solicitada previamente a sua cedência ao nosso consócio sr. Marcelino Duarte Pinto.
Tendo em vista a grande conveniência que há em se mandar construir um coreto para a nossa tuna tocar nos vários serviços que venha a executar de futuro, foi proposto que se adquirisse a madeira necessária para aquele efeito e que se solicite a alguns sócios, carpinteiros, para procederem à sua construção, tornando-a assim mais económica”.
No dia 10 de Novembro de 1937, o Grupo Musical levou a efeito, no teatro do Casino Peninsular, na Figueira da Foz, uma récita com a peça Justiça de Sua Majestade, pelo grupo cénico da Sociedade de Instrução. Os amadores colaboraram graciosamente, assim como todos os componentes da orquestra, que “se colocaram pronta e inteiramente à disposição para efectuarem o necessário serviço, sem qualquer remuneração”. Segundo notícia colhida, o espectáculo teve um resultado compensador.
As disponibilidades financeiras da colectividade sempre foram pequenas. E, numa reunião em Março de 1938, foi apresentada uma petição duma comissão de sócios que se propunha, “sem dispêndio algum para o magro cofre do Grupo”, a introduzir alguns melhoramentos na sede, para o que pediam a cedência da casa para a realização duma grande festa, em data a fixar. Os melhoramentos que se propunham a fazer eram os seguintes: instalação de uma sala de leitura de jornais e revistas; reorganização da sala de divertimentos (cartas, damas, burro, etc.); instalação de uma mesa de ping-pong; organização de uma secção desportiva; a instalação de um aparelho de telefonia.
Propunham-se, igualmente, proceder a uma campanha de angariação de novos sócios, solicitando que a Direcção isentasse do pagamento da jóia, durante os dois meses da campanha. A Direcção concordou com o apresentado naquela petição, sob as duas seguintes condições: que só sejam admitidos na secção desportiva sócios do Grupo e que a comissão angarie, pelo menos, vinte sócios, para cobrir as despesas que o aparelho de telefonia acarreta.


Em Janeiro de 1939 o regente da tuna, José Francisco da Silva, “pediu a sua demissão de todos os assuntos musicais, incluindo a regência da tuna”.

Foto - José Francisco da Silva

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