quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sociedade de Instrução Tavaredense - 56

Em Maio de 1971 e por proposta dos representantes dos jornais da Figueira da Foz, a nossa Colectividade é distinguida com o prémio “Divulgação e Propaganda da Figueira da Foz”, instituido pela Companhia de Seguros O Trabalho, tendo a respectiva medalha sido entregue durante um almoço efectuado na Piscina Praia.

O 68º aniversário, comemorado nos dias 22 e 23 de Janeiro de 1972, foi, uma vez mais, de excepcional relevo para a Sociedade de Instrução. No espectáculo de gala, foi levada à cena um nova peça de Shakespeare, Conto de Inverno, “pela primeira vez representada em Portugal, numa adaptação correcta e feliz de José Ribeiro. Foi, efectivamente, um êxito. A peça de Shakespeare é cuidadosamente posta em cena. O ritmo do espectáculo, a harmonia da movimentação das massas de figurantes, o luxo e a magnificência do guarda-roupa – são atributos dum espectáculo verdadeiramente invulgar”.

Medalha de Ouro da Cidade da Figueira da Foz - atribuida à Sociedade de Instrução Tavaredense

Na sessão solene, realizada na tarde de 23 de Janeiro, e que foi presidida pelo vereador do pelouro da Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz, dr. Carlos Albarino Maia, foi anunciado, por este autarca, que havia sido atribuida à nossa Colectividade a “Medalha de Ouro de Serviços Distintos”.

“Por proposta do então vereador do pelouro da Cultura, dr. Marcos Lima Viana, a edilidade cessante, com plena concordância do sr. presidente da Câmara Municipal, aprovou por unanimidade a concessão da “Medalha de Ouro de Serviços Distintos” às prestigiosas colectividades da nossa terra – Sociedade Filarmónica Figueirense e Sociedade de Instrução Tavaredense – galardão a que fizeram mais do que inteiro jus, através duma notável, vasta e prolongada acção cultural, artística e beneficente sobejamente conhecida de todos os figueirenses para que seja necessário referi-la em detalhe, comentá-la e exaltá-la, o que constituiria uma redundância e também de certa forma injustiça aos sentimentos de gratidão dos nossos conterrâneos, que pelas duas agremiações homenageadas nutrem bem sinceras, palpáveis e comprovadas, simpatia, estima e consideração, a que o bairrismo junta o sal de um grande orgulho por as ter no seu seio e pela maneira exemplar como têm servido e honrado a Figueira, orgulho sob todos os aspectos tão compreensível como legítimo”.

No dia 4 de Junho de 1972, durante um espectáculo realizado na Sociedade Filarmónica Paionense, que inaugurou o novo palco desta colectividade, foi prestada homenagem com o descerramento de uma lápida com a inscrição: “Homenagem ao grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense – Inauguração do nosso palco – 4.6.1972”. Foi ali representada a peça “A Forja”, que obteve enormes aplausos.

Fotografia de 'Camões e os Lusíadas'
Ainda neste ano “um outro espectáculo avultou, pelo seu interesse e real valor”. Foram as comemorações do “IV Centenário da Publicação de Os Lusíadas”, com um programa constituido pelo “Auto de El-Rei Seleuco”, de Luís de Camões, e “Camões e Os Lusíadas”, da autoria de Mestre José Ribeiro.

Na apresentação deste espectáculo no teatro do Casino Peninsular, foi entregue à Colectividade a “Medalha de Ouro de Mérito”, que nos havia sido concedida pela Câmara Municipal. E no dia 12 de Novembro do mesmo ano, estas comemorações foram encerradas com o mesmo espectáculo na nossa sede, estando presente o Prof. Dr. Hernâni Cidade, presidente da Comissão de Honra das Comemorações Camoneanas.

O Dr. Hernâni Cidade, na evocação a Luís de Camões

“Foi tudo para mim uma impressionantíssima surpresa! Sem me deter na maneira como fui acolhido, com simpatia de tão espontânea generosidade e com palavras de tão calorosa eloquência, prefiro falar-lhe do modo como eu próprio fui empolgado pela interpretação do auto camoneano – “El-Rei Seleuco”. Inteligente a interpretação, adequado o cenário, com a necessária dignidade o vestuário, e tudo em termos de dar a melhor evidência a certa grande realidade excepcional: uma exemplaríssima dedicação de José Ribeiro pela educação do povo humilde da sua aldeia e a colaboração de todos nessa obra admirável com a entusiástica aceitação dela – a melhor, a mais comovida e autêntica maneira de lha agradecer...”, escreveu, posteriomente, aquele ilustre visitante numa carta enviada a um seu amigo.

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