sexta-feira, 26 de novembro de 2010

José Maria Cordeiro (Zé Neto)

Nasceu no dia 20 de Fevereiro de 1910, filho de João Cordeiro e de Maria Joaquina Vaz. Era conhecido por José “Neto”, pois seu avô e um tio tinham o mesmo nome.
Casou com Maria José da Silva Figueiredo e teve uma filha, Helena Maria.
Muito culto, foi um grande coleccionador de “ex-libris”, deixando uma bem organizada colecção, e dedicou-se à história da sua terra, organizando vários cadernos com recortes de jornais, especialmente relacionados com o teatro da Sociedade de Instrução Tavaredense.
Adepto das práticas desportivas, foi um dos fundadores do Sportsinhos Futebol Clube, em 1926, de que foi dirigente e atleta, e no ano de 1940, do Atlético Clube Tavaredense, “que se propõe trabalhar no sentido de chamar ao desporto, alguns “terroristas” que ainda por aí existem, que vêem erradamente no desporto não o revigoramento da raça, mas, sim, o seu definhamento”.
Foi muito dedicado à Sociedade de Instrução, exercendo diversos cargos directivos e de responsável pela biblioteca, que dirigiu durante vários anos com a maior proficiência. A colectividade distinguiu-o com o diploma de sócio honorário, em 1979.
No grupo cénico, onde actuou, como amador dramático, de 1946, na peça Horizonte, até 1965, em Centenário de Gil Vicente, interpretou diversas personagens em peças levadas à cena. No entanto, a sua grande colaboração prestada ao teatro terá sido como ponto, tarefa que desempenhou enquanto teve saúde.
Foi correspondente de jornais figueirenses e, em 1957, escreveu versos para serem cantados com a música da marcha “Tavarede tão airosa”, de António de Oliveira Cordeiro, a que deu o título de “Marcha dos Pacatos”:

Tavarede, aldeia linda,

De perfume sem igual,
Filha da mais bela praia
Deste lindo Portugal.
Foi berço de fidalguia,
Deixou nome na história,
Hoje tem o seu teatro
P'ra lhe dar fama e glória.
Figueira, terra formosa,
Tens o condão de encantar
Quem lá vai a vez primeira,
Por força há-de voltar.
Pequenina, aconchegada,
Cada canto é um alegrete,
Para a cura das 'maleitas'
Tem o 'chá de limonete'.

Temos por nome “Os Pacatos”,
- Esse nome não negamos –
Mas se nos chega a “mostarda”
Com certeza espirramos.

Esta vida são dois dias,
Toca a rir, folgar, gozar…
E se dívidas cá deixarmos
Alguém as há-de pagar.

Sua esposa, Maria José (19.03.1910 – 22.04.1984), filha de Helena Figueiredo Medina, também foi uma excelente amadora teatral, Iniciou-se em 1925, na opereta Em busca da Lúcia-Lima e terminou, em 1929, em A Cigarra e a Formiga, participando em Pátria Livre, Grão-Ducado de Tavarede, O Sonho do Cavador, etc. Igualmente a Sociedade de Instrução lhe concedeu o diploma de sócia honorária, em 1928.


Caderno: Tavaredenses com História

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