sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

António Medina


Natural de Verride, nasceu no dia 20 de Janeiro de 1872, filho de Joaquim Medina e de Maria da Cruz.

Foi serralheiro na Companhia do Gás e Águas, onde se empregou muito novo. Depois do falecimento de seu pai, mudou a residência para o então chamado Casal do Rato e, casando com uma tavaredense, Otília Nunes, fixou-se em Tavarede.
Grande adepto do associativismo, como forma de cultura popular, começou a participar no grupo cénico e na filarmónica Verridense.

Quando estabeleceu residência em Tavarede, logo ingressou nos grupos dramáticos das Associações Velha e Nova, que funcionavam na Casa do Terreiro e no Palácio do Conde de Tavarede. Representou com os amadores dos grupos de João José da Costa e João dos Santos, na Casa do Terreiro, e do dr. Manuel Gomes Cruz, na Estudantina Tavaredense, onde também se integrou na sua tuna.

Foi um dos subscritores da lista que deu origem, em Janeiro de 1904, à fundação da Sociedade de Instrução Tavaredense. Foi director e amador dramático desta colectividade até meados de 1911, tendo saído, juntamente com seu irmão José, para fundar, em Agosto daquele ano, o Grupo Musical e de Instrução Tavaredense.

Continuou a dedicar-se ao teatro e à música, na tuna tocava rabecão (violão baixo), mas foi como director que mais se destacou na vida desta associação.

Em 1931, devido às enormes dificuldades financeiras do Grupo Musical, que não conseguiram ultrapassar, esta colectividade teve de vender o edifício da sua sede e mudar-se para o palácio, à altura pertencente a Marcelino Duarte Pinto. Deu a sua colaboração à tuna do Grupo até à sua extinção no ano de 1938.

A partir de então abandonou, por completo, a sua actividade associativa. Além da sua profissão, também era um pequeno lavrador, possuindo e amanhando umas terras na Chã e na Matioa. O vinho que produzia, tinha muita fama e costumava vendê-lo ao copo, na sua adega, em cuja porta, na época própria, pendurava enorme ramada de loureiro.

Foi membro da 1ª. Comissão Paroquial Republicana, eleita em 1911. O Grupo Musical homenageou-o, em 1925, descerrando o seu retrato, o qual se encontra exposto no salão da colectividade.

Morreu no dia 8 de Maio de 1958, encontrando-se sepultado em Tavarede. “O extinto, que fixou residência em Tavarede, ainda muito novo e ali constituiu família, foi um honrado cidadão estimado por todos que com ele privaram mercê do seu excelente carácter, tendo sido um entusiasta amador do teatro e da música, pelo que fundou o Grupo Musical e de Instrução Tavaredense”.


Caderno: Tavaredenses com História

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