terça-feira, 8 de março de 2011

João de Oliveira


Faleceu no dia 20 de Junho de 1973, com 87 anos de idade. Era filho de António de Oliveira e de Maria José Tondela. Foi casado com Guilhermina Rodrigues Cordeiro, que morreu a 29 de Junho de 1957, com 67 anos.

“Afastado há anos de todas as actividades, por motivo de doença que lhe tolhia os movimentos, no seu espírito manteve-se sempre acesa a chama da fé nos seus ideais. Membro da Junta, regedor da freguesia ou chefe político, em todas as funções se houve com verticalidade, firmeza, entranhado amor à sua terra”.

Exerceu a sua actividade profissional, como carpinteiro, ao serviço da Companhia dos Caminhos de Ferro, tendo-se reformado em altas funções de chefia.

Desde muito novo que se dedicou ao serviço da sua terra, exercendo, por diversos períodos e conforme o regime no poder, as tarefas de presidente da Junta de Paróquia e de regedor, cargos que sempre procurou exercer com imparcialidade política e na defesa dos interesses locais. Foi elemento destacado da secção local do Partido Democrático, após a implantação da República.

No campo associativo, começou muito cedo a participar na vida activa das colectividades da terra do limonete. Pouco participativo nas áreas do teatro e da música, como executante, distinguiu-se, e teve acção muito importante, como dirigente.

Em Janeiro de 1904 foi um dos fundadores da Sociedade de Instrução Tavaredense. E no ano de 1914, por divergências políticas, deixou esta colectividade e ingressou no Grupo Musical e de Instrução, que, com cerca de três anos de existência, ajudou a desenvolver, fazendo parte dos seus órgãos sociais e integrando-se, também, no seu grupo cénico.

Foi, sem dúvida, um dos grandes pilares desta colectividade que, durante quinze anos, se elevou ao nível das melhores do concelho, com uma sede condigna, uma secção dramática brilhante e uma tuna que foi considerada como uma “das melhores e mais bem organizadas do concelho”.

Uma crise financeira motivada pela compra da sede e obras realizadas, levou aquela colectividade a ter de vender o edifício e acabar com o teatro, sendo forçada a mudar a sua sede para a casa do Paço.

João de Oliveira colaborou, então, com o padre Cruz Dinis, pároco da freguesia, na fundação do Grémio Educativo e de Instrução Tavaredense, colectividade de índole religiosa, que se instalou na anterior sede do Grupo Musical.

Quando esta associação encerrou a sua actividade, com a transferência do padre José Martins da Cruz Dinis, em 1935, deixou, por completo, de participar na vida associativa. No ano de 1965, a Sociedade de Instrução inaugurou a sua nova sede e os seus dirigentes convidaram João de Oliveira, único sócio fundador ainda vivo, a estar presente na sessão solene comemorativa, tendo aceite o convite e sendo integrado na mesa da presidência. Foi aquela a primeira vez que entrou nesta colectividade, depois do seu abandono, no distante ano de 1914.

Caderno: Tavaredenses com História

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