quinta-feira, 3 de março de 2011

Sociedade de Instrução Tavaredense - 90


Em Junho fizémos uma confraternização do grupo cénico e seus colaboradores. Foi escolhido o lugar da Simôa e houve sardinhada e febras grelhadas, tudo regado com um bom vinho tinto. Depois do almoço, e para ajudar a digestão, recordaram-se alguns dos velhos jogos tradicionais da nossa terra, principalmente o ‘jogo da pela’, que teve um torneio rijamente disputado.

No mês seguinte houve um espectáculo de jazz e música ‘country’, no largo fronteiro à nossa sede e que teve a colaboração do ‘Dixie Gringos’, de Coimbra. E no mês de Agosto teve lugar um passeio mistério, que deixou de o ser quando se sentaram à mesa para comerem uma bela ‘chanfanada’. Foi a Miranda do Corvo, com passagem pelo Senhor da Serra, etc.

Tivémos depois uma actuação pelo Grupo Musical ‘Saxe Ensemble’, de Coimbra, que se realizou na nossa Igreja Paroquial.

‘Saxe Ensemble’ na Igreja Paroquial de Tavarede

Chegámos a outro momento alto das comemorações. No dia 13 de Setembro de 2004 comemoraram-se 18 anos sobre a data do falecimento de Mestre José Ribeiro. A Sociedade de Instrução Tavaredense aproveitou a efeméride para proceder ao lançamento do livro do Centenário ‘100 Anos – Ao serviço do Povo… e caminhando’.

“A Sociedade de Instrução Tavaredense viveu aquele que foi considerado um dos pontos altos das comemorações do centenário, com o lançamento do livro “100 anos – Ao serviço do povo… e caminhando”, inspirado nos livros de José da Silva Ribeiro, evocado exactamente 18 anos depois da sua morte.

“Continuamos a respirar nestas quatro paredes, o enorme amor pelo teatro”. Foi assim, que o presidente da Sociedade de Instrução Tavaredense (SIT), evocando José da Silva Ribeiro, se dirigiu a todos os que quiseram partilhar daquele que foi considerado como o “ponto alto das comemorações do centenário”, uma cerimónia que chegou a estar prevista para o dia 27 de Março (Dia Mundial do Teatro) e “mais condizente com as actividades da colectividade”, mas que foi mudada para que o livro agora lançado, pudesse integrar fotos das comemorações do centenário. Vítor Medina adiantou ainda que a figura do mestre José Ribeiro “há-de perdurar sempre, enquanto a colectividade existir” e que “grande parte do livro é um complemento”, aos livros lançados pelo mestre, aquando das bodas de ouro e diamante da colectividade.

Com recolha e texto de Vítor Medina, e coordenação do professor José Augusto Bernardes, o livro, à venda por 25 euros, está “dividido” em cinco partes, “marcos do passado”, “cem anos de teatro”, “o centenário” e “quadros históricos”, é “uma edição de luxo, com mil exemplares”, e apesar do presidente da direcção estar “consciente de que não os vamos vender todos”, garante que os apoios e patrocínios “cobrem metade”, e uma parte será guardada pela colectividade.


Aspeto da sessão de apresentação do livro do Centenário

Capa do livro do Centenário

À cerimónia, que contou com a presença de diversas entidades da região, aliou-se o presidente da Câmara por considerar que a SIT “é a jóia da coroa da Figueira”. Sem querer “ofender e menosprezar” outras colectividades, Duarte Silva recordou que José da Silva Ribeiro “é uma referência nacional” e que a colectividade mantém a sua “tradição”, no domínio do teatro.

Após a cerimónia do lançamento do livro, o grupo cénico prestou homenagem ao amador José Lopes Medina. “Pisou pela primeira vez o palco aos 14 anos, em 1954, com 3 peças, “Revivendo o Passado”, “Sonho do Cavador” e “A Cigarra e a Formiga”. Cinquenta anos depois, José Lopes Medina continua com a mesma vontade de representar e com o mesmo “dilema”: qual é a sua primeira casa. “Já quando era rapaz e iam a casa de minha mãe procurar-me, ela respondia ‘está na casa dele’, ou seja, na SIT”. Hoje, como naquela época, José Medina continua sem saber “se esta é a minha primeira ou segunda casa”, tamanho é o amor à colectividade.

A homenagem de que foi alvo na noite de segunda feira, encara-a como “algo especial, que traduz o trabalho de 50 anos de teatro, trabalho sempre na mesma colectividade”, onde já representou “dezenas e dezenas de peças, talvez centenas”, diz com algum orgulho. Mas ainda hoje, quando entra para o palco, sente o mesmo “nervoso”, um nervoso bem conhecido dos actores e que, segundo garante, “sai completamente quando entro em palco”, garante este homem do teatro de Tavarede, que sente “cada vez mais força para continuar”. (Diário de Coimbra – 15.Setembro.2004

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