sexta-feira, 16 de setembro de 2011

José da Silva Ribeiro - 25 anos depois

1999.04.11 - A ALDEIA DO L1MONETE EVOCOU O GÉNIO DE JOSÉ RIBEIRO

A função do Teatro de Amadores, escrita pela pena brilhante do saudoso Mestre José da Silva Ribeiro, nascido, criado e sepultado na sua aldeiazinha chamada Tavarede e que alguém cognominou de "terra do limonete ", foi assim lida na cerimónia a que nos vamos reportar e que ocorreu na sede da SIT no passado dia 27:


O Teatro é Divertimento e Cultura. Temos por isso de considerar a sua influência no público a que se dirige como nos próprios elementos que o praticam.


O TEATRO é aquela eterna ARTE que desperta e apela para todas as faculdades da inteligência e para todos os sentimentos da alma.


Ver e compreender, interpretar, discutir, criticar, aprovar ou rejeitar, aplaudir ou censurar, aderir ou repudiar. Assim o Teatro estimula e valoriza o mais nobre sentimento do Homem, sentimento sem o qual verdadeiramente o Homem deixará de o ser: o da Dignidade da Pessoa Humana.


Na interpretação duma peça de teatro depara-se-nos aquela multidão de sentimentos e de desafios às faculdades da nossa inteligência: a alegria e a tristeza, amor e ódio, orgulho e humildade, calma e arrebatamento, tranquilidade e exaltação, firmeza e pusilanimidade, coragem e cobardia, renúncia e egoísmo. Entusiasmo, perseverança, desânimo, ansiedade, retraimento, angústia - toda a extensa gama dos sentimentos, dos conflitos e das reacções humanas.


Assim, o Teatro dá-nos enriquecimento do espírito, maleabilidade de raciocínio, alargamento de horizontes, mais amplo sentido de humana compreensão.


Constituíram a mesa as seguintes entidades: dr. Luís de Melo Biscaia, vereador do pelouro da Cultura; António Simões Baltazar, presidente da Junta de Freguesia; drª Ana Maria Caetano, palestrante oficial da sessão; drª Ilda Manuela Simões, e Manuel Gaspar Lontro, presidente da SIT.


Depois de breves palavras justificativas do presidente da SIT, a drª Ilda Simões leu uma mensagem alusiva ao dia e emanada da UNESCO.


A oradora oficial apresentou um valioso e profundo trabalho sobre o trajecto do Teatro em Tavarede (a merecer outro espaço mais dilatado nas nossas colunas, que não hoje devido à escassez do mesmo) desde o princípio do século (as salas de teatro nasciam como "tortulhos", chegando a haver mesmo seis), até aos nossos dias.


Enalteceu também o trabalho de tantos e tantos amadores que pisaram os palcos de Tavarede, destacando figuras como as de António Graça, Irmãos Broeiros, João Cascão, António Jorge da Silva, João de Oliveira Júnior, Nogueira e Silva, e, sobretudo, a grande dama do Teatro Amador Português que se chamou Violinda Medina e Silva.


A última intervenção foi a do dr. Luís de Melo Biscaia, que evocou figura de José da Silva Ribeiro e a Sociedade de Instrução Tavaredense, dada a sua actividade sempre perspectivando a elevação do nível cultural das gentes de Tavarede.


E para encerrar a sessão cultural, visionou-se um trabalho em vídeo, com extractos de entrevistas com José Ribeiro e de peças representadas no palco da SIT.


(A Voz da Figueira)

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