sábado, 8 de setembro de 2012

Teatro da S.I.T. - Notas e Críticas - 44


1979.05.11     -     O PROCESSO DE JESUS (BARCA NOVA)

                “... se existe perfeição e harmonia, tanto na peça como na sua interpretação dependem um do outro e têm valor por si próprios. Não pode assim existir uma reprodução fiel, objectiva, duma obra teatral: não teria interesse, nem sequer como ideal”. Assim, assistimos a um espectáculo bem elaborado nos seus múltiplos aspectos, ainda que se possa afirmar que a nível do texto dramático a argumentação feita pelo Intelectual não seja profunda, do que resulta a defesa aberta da religião.
                Como resultado do perfeito conhecimento da função de um encenador e de acordo com a opção estética feita, este espectáculo tem uma encenação correcta e equilibrada, o que não surpreende ninguem, pois o seu responsável é um profundo conhecedor da técnica teatral.
                Quanto ao trabalho dos actores é homogéneo, havendo uma boa construção de todas as personagens. Porém, as falas de João são excessivamente gritadas, o que denota mau controlo da voz e (ou) nervosismo do intérprete. O trabalho dos actores é homogéneo, mas não podemos deixar de salientar a interpretação de João de Oliveira Júnior e dessa grande senhora de teatro que é Violinda Medina e Silva, de quem nunca esqueceremos a sua interpretação do “Pranto de Maria Parda”, de Gil Vicente.

1980.02.22     -     SHAKESPEARE EM TAVAREDE (O FIGUEIRENSE)

                Prossegue amanhã, dia 23, a carreira da nova peça da Sociedade de Instrução Tavaredense, “Rosalinda”, encantadora comédia romântica do genial Shakespeare, adaptação em 5 actos e 12 cenas da célebre peça “As You Like It”.
Um grande e belo espectáculo o que está em cena no Teatro de Tavarede. E o brilhante êxito alcançado – com lotações esgotadas – plenamente se justifica pela beleza, ternura e graça da peça, construída no riquíssimo e vigoroso estilo do imortal dramaturgo, recheada de situações de grande efeito teatral.
A montagem da peça honra a tradição tavaredense: interpretação excelente de um conjunto de 30 figuras, primorosamente vestidas com rico e belo guarda-roupa histórico do grande artista Anahory, e cenários de grande beleza nas 12 cenas em que se desenvolve a acção – fins do século 16.

1980.05.08     -     JORNADAS DE TEATRO AMADOR (A VOZ DA FIGUEIRA)

                Distribuição: Camila de Almeida, viúva inconsolável de Plácido de Almeida, Maria da Conceição Mota; Maria Joana, amiga íntima de Camila, Maria de Lurdes Lontro; Becas (Maria José de Meneses) filha de Camila e de Vasco Meneses, Ana Paula Fadigas; Ângela, afilhada de Plácido de Almeida, Ana Maria Bernardes; Madalena, Condessa de Laranjeiro, Maria Adelaide Carvalheiro; uma criada, Helena Carvalho; Cândido Ventura, João Medina; Vasco Meneses, 1º. marido de Camila, João de Oliveira; Conde de Laranjeiro, Fernando Reis; Luisinho, filho de Camila e Vasco, Francisco Carvalho; Pitó, noivo da Becas, João José Silva; Negrão, proprietário da agência funerária, José Luís Nascimento; e Valadas, repórter, Antonino Santos.
                Foi o ponto final que se esperava, a preencher a 10ª. e derradeira sessão das jornadas teatrais deste ano, que as colectividades do concelho levaram, cada uma com os cabedais de que dispunha, ao palco do Casino Peninsular, por iniciativa, nunca assás louvada, do Lions Clube da Figueira da Foz, iniciativa que é de prosseguir para estímulo das actividades culturais, tão carecidas de positivo apoio.
                O grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense, a que José Ribeiro imprime a sua dedada de mestre inconfundível e incontestado, era aguardado com singular expectativa. A representação da “Comédia da Morte e da Vida” constituiu vigorosa sessão de teatro, levada a um nível e homogeneidade difíceis de atingir.
                Novos e velhos brilharam a grande altura.
                Entre os novos, justo se torna enaltecer o excelente trabalho de Ana Paula Fadigas, Ana Maria Bernardes, Maria da Conceição Mota e Francisco Carvalho. Este último parece ter sido talhado para o papel.
                Dos antigos assinalem-se presenças inesquecíveis, tantas vezes reveladas no palco de Tavarede, escola de autênticos artistas que não destoariam nos palcos de teatro profissional. Citemos os seus nomes com a merecida admiração: Maria de Lurdes Lontro, Helena Carvalho, João Medina, João de Oliveira, Fernando Reis, José Luís do Nascimento.
                O público aplaudiu e, no fim, não se dispensou de fazer uma chamada a José Ribeiro, cuja cadeira na plateia não ocupou desta vez como espectador fiel, para dentro do proscénio estar atento ao desenrolar da representação – mais uma que o seu talento e inexcedível devoção ao teatro proporcionaram aos seus admiradores.
                Da peça nos apraz notar que é bem construída, com excelentes diálogos e vincada intenção crítica.
                Henrique Galvão – o antigo director da Emissora Nacional, mais tarde tresloucado chefe do assalto ao paquete “Santa Maria” – era um escritor bem dotado e em “Comédia da Morte e da Vida” mostrou que possuia garra de dramaturgo. Podia ter deixado obra mais extensa, se não fosse a vida aventurosa em que nos últimos anos se lançou.

1980.05.09     -     COMÉDIA DA MORTE E DA VIDA (BARCA NOVA)

                ... A encenação de Mestre José Ribeiro está dentro da linha e do nível a que nos habituou, apresentando uma leitura correcta e um bom equilíbrio entre todos os seus elementos: o estilo, o ritmo e o tempo, a distribuição, a implantação da cena e a marcação.  A representação é homogénea, havendo uma boa construção de todas as personagens, apesar de algumas falhas nas personagens do Cone do Laranjeiro, do Pitó e de Valadas. Pensamos que actores como João Medina e João de Oliveira além dessa grande senhora que se chama Violinda Medina e Silva, têm garantida a sua sucessão com Ana Paula Fadigas e Ana Maria Bernardes. Fazemos votos para que o mesmo possa suceder com Mestre José Ribeiro para glória da Sociedade de Instrução Tavaredense e do teatro de amadores da região.

1980.05.14     -     COMÉDIA DA MORTE E DA VIDA (MAR ALTO)

                Verdadeiramente excepcional o êxito alcançado pelo grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense com a representação da notável peça de Henrique Galvão – Comédia da Morte e da Vida.
                Trata-se, na verdade, de uma autêntica obra-prima de teatro, forte, vigorosa, de primoroso diálogo e acção empolgante – uma peça actual, de ontem e de hoje. O grupo de Tavarede apresenta-a num conjunto de tal modo equilibrado que a representação constituiu um verdadeiro triunfo dos amadores tavaredenses.
                Comédia da Morte e da Vida pode ainda ser vista uma vez, no próximo sábado, dia 17, às 21,45 horas.

1980.05.16     -     TEATRO (O FIGUEIRENSE)

                Verdadeiramente excepcional o êxito alcançado pelo grupo da Sociedade de Instrução Tavaredense com a representação da notável peça de Henrique Galvão, “Comédia da Morte e da Vida”.
                Trata-se, na verdade, de uma autêntica obra-prima de teatro, forte, vigorosa, de primoroso diálogo e acção empolgante – uma peça actual, de ontem e de hoje. O grupo de Tavarede apresenta- num conjunto de tal modo equilibrado que a representação constituiu um verdadeiro triunfo dos amdores tavaredense

1980.06.25     -     GRUPO DE TAVAREDE EM TOMAR (MAR ALTO)

                No passado dia 5 de Junho, deslocou-se a Tomar a grupo cénico da Sociedade de Instrução Tavaredense, representando na cidade do Nabão a bela obra de Henrique Galvão Comédia da Morte e da Vida, em benefício da Filarmónica Gualdim Pais.
                Tomar foi uma cidade onde os amadores de Tavarede sempre se deslocaram com certa frequência, já que foram imensas as representações ali efectuadas. Muitas das vezes, com a chegada da embaixada de Tavarede, o comércio fechava, a cidade parava, as Filarmónicas e os carros dos Bombeiros vinham para a rua, e os humildes amadores da SIT eram disputados, pois todos os pretendiam fazer deslocar para os seus carros.
                Houve um grande interregno, e há já muitos anos que a SIT se não deslocava a Tonar. No passado dia 5 os jovens amadores – jovens de todas as idades, onde permanece firme mestre José Ribeiro – foram recebidos com as manifestações de carinho de sempre.

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